A Conversão
Como Blog apontou na direcção de uma ovelha e a partir daí nasceu a lã.
Andava Blog todo descansadinho pelos lados da Caparica (a tentar atenuar a sua ressaca inicial pela criação do Mundo) procurando sombras frescas, riachos límpidos e palhas onde se deitar para comer a sua laranja, quando se deparou com um traseiro redondo (ok, formato pêra em calda, com chocolate quente por cima) em esforçadas tentativas de equilíbrio.
Como Blog é muito directo, e nunca tira a senha pois não tem paciência para ficar no meio de bichas, apontou o seu grande dedo na direcção da mocinha desprotegida que ao senti-LO, lestamente se virou na sua direcção.
“Que fazeis aí, nessa posição tão vulnerável minha filha?” – perguntou ELE, aproximando-se do precipício para onde a mocinha olhava; lançando as cascas de laranja ao vento e cuspindo alguns caroços para o dito.
Sem grande fé numa boa resolução do seu problema, a mocinha lá lhe contou que tivera uma noite animada e que quando acordara não se lembrava de nada; não tendo sequer roupa para vestir.
Blog levantou a sobrancelha esquerda e disse-lhe em tom grave para que não temesse, pois já não estava só. Chamou-a junto de si, e sentando-a nos seus grandes joelhos fez-lhe “cavalinho, cavalinho” até que ela se acalmasse; aproveitando para lhe contar a história da carochinha, que é como quem diz a da sua missão na terra.
Por fim, partilhou com ela os últimos gomos da sua laranja, e vendo que a esforçada mocinha os comia sofregamente e sem se queixar sequer da acidez, apesar de muito arrepiada; cortou dois caracóis do seu cabelo e colou-lhos no corpo desnudo para que ela aquecesse.
“Esta é a lã, e tu serás ovelha. Cumprirás pelo menos uma vez ao dia este ritual, e em cada cerimónia te serão acrescidos dois caracóis de Blog até que possuas uma farta lã e a possas tosquiar a teu gosto.”
Dito isto, Blog levantou-se envolto numa imensa luz azul (a “Guarda” tinha estranhado todo aquele burburinho na mata) e deixou a agora ovelha imersa em alegria e calor; e com os seus horizontes bastante mais expandidos (os dois caracóis presos de ladecos mal se viam).
E foi assim que se criou a primeira regra do Livro Negro de Blog sobre como ser uma boa ovelha, e que se pode ainda ler na lápide que foi colocada (por subscrição entre os fiéis) na Mata da Caparica:
“Ovelha que é ovelha nunca se nega, por muito amargo que seja o sumo. Com uma cerimónia por dia nem calculas quanta lã te crescia.”
No MP3 de Blog
Aplles & Oranges - Dogs Dies in Hot Cars
Andava Blog todo descansadinho pelos lados da Caparica (a tentar atenuar a sua ressaca inicial pela criação do Mundo) procurando sombras frescas, riachos límpidos e palhas onde se deitar para comer a sua laranja, quando se deparou com um traseiro redondo (ok, formato pêra em calda, com chocolate quente por cima) em esforçadas tentativas de equilíbrio.
Como Blog é muito directo, e nunca tira a senha pois não tem paciência para ficar no meio de bichas, apontou o seu grande dedo na direcção da mocinha desprotegida que ao senti-LO, lestamente se virou na sua direcção.
“Que fazeis aí, nessa posição tão vulnerável minha filha?” – perguntou ELE, aproximando-se do precipício para onde a mocinha olhava; lançando as cascas de laranja ao vento e cuspindo alguns caroços para o dito.
Sem grande fé numa boa resolução do seu problema, a mocinha lá lhe contou que tivera uma noite animada e que quando acordara não se lembrava de nada; não tendo sequer roupa para vestir.
Blog levantou a sobrancelha esquerda e disse-lhe em tom grave para que não temesse, pois já não estava só. Chamou-a junto de si, e sentando-a nos seus grandes joelhos fez-lhe “cavalinho, cavalinho” até que ela se acalmasse; aproveitando para lhe contar a história da carochinha, que é como quem diz a da sua missão na terra.
Por fim, partilhou com ela os últimos gomos da sua laranja, e vendo que a esforçada mocinha os comia sofregamente e sem se queixar sequer da acidez, apesar de muito arrepiada; cortou dois caracóis do seu cabelo e colou-lhos no corpo desnudo para que ela aquecesse.
“Esta é a lã, e tu serás ovelha. Cumprirás pelo menos uma vez ao dia este ritual, e em cada cerimónia te serão acrescidos dois caracóis de Blog até que possuas uma farta lã e a possas tosquiar a teu gosto.”
Dito isto, Blog levantou-se envolto numa imensa luz azul (a “Guarda” tinha estranhado todo aquele burburinho na mata) e deixou a agora ovelha imersa em alegria e calor; e com os seus horizontes bastante mais expandidos (os dois caracóis presos de ladecos mal se viam).
E foi assim que se criou a primeira regra do Livro Negro de Blog sobre como ser uma boa ovelha, e que se pode ainda ler na lápide que foi colocada (por subscrição entre os fiéis) na Mata da Caparica:
“Ovelha que é ovelha nunca se nega, por muito amargo que seja o sumo. Com uma cerimónia por dia nem calculas quanta lã te crescia.”
No MP3 de Blog
Aplles & Oranges - Dogs Dies in Hot Cars
3 Comments:
At 23:56,
TheOldMan said…
Isso da lã é verdade, Vanus de Blog.
É tudo uma questão de cerimónia...
;-)
At 09:57,
Anónimo said…
E a conversão começou.
Kisses
;)
At 11:36,
naked sniper said…
ah, a famosa lápide
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